A morte de
D. Sebastião, em Alcácer Quibir, sem deixar descendência e outras motivos de
natureza vária que não cabem neste pequeno resumo, concorreram para a perda da
Independência de Portugal. Sem um sucessor directo, a coroa passou para Filipe
II de Espanha. Este, aquando da tomada de posse, nas cortes de Leiria, em 1580,
prometeu zelar pelos interesses do País, respeitando as leis, os usos e os
costumes nacionais. Com o passar do tempo, essas promessas foram sendo
desrespeitadas, os cidadãos nacionais foram perdendo privilégios e passaram a
uma situação de subalternidade em relação a Espanha. Esta situação leva a que
se organize um movimento conspirador para a recuperação da independência, onde
estão presentes elementos do clero e da nobreza. A 1 de Dezembro de 1640, um
grupo de 40 fidalgos introduz-se no Paço da Ribeira, onde reside a Duquesa de
Mântua, representante da coroa espanhola, mata o seu secretário Miguel de
Vasconcelos e vem à janela proclamar D. João, Duque de Bragança, rei de
Portugal. Termina, assim, 60 anos de domínio espanhol sobre Portugal. A
revolução de Lisboa foi recebida com júbilo em todo o País. Restava, agora,
defender as fronteiras de Portugal de uma provável retaliação espanhola. Para o
efeito, foram mandados alistar todos os homens dos 16 aos 60 anos e fundidas
novas peças de artilharia
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Hoje é o Dia Nacional do Mar
O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
in Mensagem,
Segunda Parte - Mar Português. de Fernando Pessoa
Segunda Parte - Mar Português. de Fernando Pessoa
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Aniversário de Amadeo de Souza-Cardoso
A 14 de Novembro de 1887, nasceu em Amarante um dos pintores portugueses da primeira geração modernistas, Amadeo de Souza-Cardoso.
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Homenagem a Bram Stoker
Bram Stoker é um escritor irlandês bastante conhecido por ter escrito “Drácula”. O escritor nasceu na cidade de Dublin, no dia 8 de novembro de 1847.
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No ano de 1878
Bram Stoker casou-se com Florence Balcombe e mudou-se para Londres, onde
trabalhou durante 27 anos na Companhia Teatral Irving Lyceum.
Um ano após o seu casamento com Bram Stoker teve seu primeiro filho, Irving Noel Thornley Stoker.
Durante o período que permaneceu
na Companhia Teatral, Bram Stoker começou a escrever romances. Pouco
antes de escrever seu famoso livro “Drácula”, o escritor passou vários
anos a pesquisar sobre o folclore europeu e sobre histórias mitológicas de vampiros.
O romance Drácula foi publicado no dia 26 de maio de 1897.
Após sofrer vários derrames
cerebrais, Bram Stoker acabou por falecer em Londres, aos 64 anos. Após o
falecimento, o escritor foi cremado e as suas cinzas estão numa urna
no Crematório Golders Green, em Londres.
No ano de 1992 foi lançado o filme Drácula de Bram Stoker com Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu
Reeves e Anthony Hopkins.
No ano de 1993 o filme conquistou 3 Oscars (de Melhor Efeito Sonoro, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem).
No ano de 1993 o filme conquistou 3 Oscars (de Melhor Efeito Sonoro, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem).
terça-feira, 6 de novembro de 2012
O homem das castanhas de Ary dos Santos
Fotografia de Pedro N. S. Costa |
Na Praça da Figueira,
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono,à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida,
e apregoa como um desafio.
É um cartucho pardo a sua vida,
e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono,à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida,
e apregoa como um desafio.
É um cartucho pardo a sua vida,
e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.
Carlos do Carmo: O homem das castanhas
Música: Paulo de Carvalho
Letra: Ary dos Santos
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